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E, para acompanhar o frango, nada como uma boa cervejinha, uma opção mais barata que os vinhos. Pesquisas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) preveem incremento de venda de 4,2% neste fim de ano comparando-se 2014 com 2015. O motivo é o mesmo do frango: preço. No caso do vinho importado, a desvalorização do real em relação ao dólar o torna mais caro (24,3% nos últimos 12 meses). Num compasso mais lento, o vinho nacional também subiu, informa a Abras, acrescentando quebacalhau, frutas secas e champanhe ficaram um pouco mais distantes do poder de compra das famílias.
Bem cotado no ranking de comercialização está também o panetone, que pega carona na crise. É que algunsprodutos típicos de Natal, como ele, devem virar lembrança e substituir presentes mais caros como roupas e eletrodomésticos. Empresas como a tradicional Bauducco aceleram a produção, apostando que o panetone possa ser o presente principal das festas. A Bauducco deve incrementar a oferta em 10% neste ano, colocando nas gôndolas 75 milhões de unidades.
No total, somando-se todos os itens de alimentação, a Abras considera otimista a projeção de incremento de 0,4% nas vendas natalinas constatada na pesquisa com os supermercadistas. É a variação percentual esperada de 2015 para 2014. No ano passado, as vendas em dezembro cresceram 2,94% em relação a dezembro de 2013. “Levando-se em conta o momento difícil da economia brasileira, o índice de 0,4% nos deixa satisfeito.
A tradição irá impulsionar o consumo nos supermercados”, observa Sussumu Honda, presidente do conselho consultivo da Abras. Alinhado com Sussumu, Fernando Yamada, presidente da Abras, completa: “Temos investido muito em pesquisa sobre o gosto e a preferência dos clientes. Montamos uma agenda positiva e, no caso específico do Natal, quando a tradição dá o tom, fica mais fácil negociar”. Segundo Yamada, o “casamento perfeito” neste Natal é o do frango com a cerveja, principalmente a premium, em franca expansão. Tanto Honda como Yamada admitem que o cenário de desemprego, a queda de renda e o câmbio são fatores limitantes.
Além da Abras, Globo Rural contatou grandes empresas, como a JBS e a Aurora, entidades como o Sindicato das Indústrias de Laticínios do Paraná (Sindiavipar), Estado que mais produz frangos, a Associação Paulista dos Criadores de Ovinos (Aspaco), a Associação Catarinense de Avicultura (aves, inclusive perus) e analistas, como Hyberville Neto, da Scot Consultoria, de Bebedouro (SP).
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“As taxas de desemprego em alta, a inflação corroendo os salários e os preços da carne vermelha valorizados geram diminuição da demanda e migração para as proteínas alternativas, com destaque para o frango, cuja competitividade frente à carne bovina tem estado em alta ao longo de 2015”, confirma Hyberville Neto.
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Brigar pra quê?
Se existem outras
opções pra comemorar.
“Quem não tem cão,
caça com o rato.”
Precisamos dessa época,
uma questão de esperança,
uma questão de necessidade
dos poucos que agora
não dá para enumerar.
Murilo Conti Vieira
02/11/2015