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“A intenção de todo esse trabalho é produzir conhecimento e disponibilizar essas informações para que a segurança pública possa atuar não apenas na prisão de quem vende a droga, mas de quem fornece os insumos utilizados e também, mostrar para a saúde pública, por exemplo, quais as substâncias que os usuários estão consumido no município, além da cocaína, e especificar quais reações esses insumos podem causar à saúde”, disse Kasakoff.
Conforme o perito, nas drogas vendidas em condição de tráfico existe mais adulterante do que nas trazidas de outros países, pelo fato de que os traficantes utilizam essas substâncias para aumentar a quantidade e lucrar mais com a venda do entorpecente.
“Esse trabalho que foi feito em conjunto com peritos criminais de outros Estados e a Polícia Federal busca identificar quais tipos de substâncias são utilizadas. Nós queremos provar, cientificamente, e desmistificar algumas retóricas. Por exemplo, ouvimos muito que as pessoas que utilizam a droga de rua estão consumindo mais a substância do que a cocaína, o que pode ser uma mentira. Nas análises das 642 amostras, o valor médio da presença da droga era de 50%”.
Além desses aspectos, com o perfil químico da cocaína, a segurança pública poderá agir mais facilmente nas investigações e detenções, das pessoas que vendem esses entorpecentes e os traficantes.
“Porque para comprar esses tipos de adulterantes é preciso certo controle. Com esse perfil vai ficar mais fácil de enquadrar essas pessoas na legislação e puni-las. O Rio de Janeiro, por exemplo, realizou uma operação e prendeu várias pessoas que estavam comprando éter, formol e outras substâncias. Porque além de prender a pessoa que trafica na rua, será possível prender também a pessoa que está servindo o insumo. Essa é a proposta maior desse trabalho e também criar uma cultura na segurança pública, com relação as drogas, porque ainda são muito difundidas algumas informações de senso comum”, explicou.
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Um mal desnecessário,
que deve ser arrebatado.
Sem nunca causar
a ira dos empolgantes.
Um mal necessário
que deve acabar
não só com a aquisição,
também com a produção.
Murilo Conti Vieira
01/12/2015