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ARTIGOS Quarta-feira, 22 de Maio de 2019, 07:00 - A | A

Quarta-feira, 22 de Maio de 2019, 07h:00 - A | A

SAÚDE MENTAL

Transtorno de acumulação compulsiva!

Acredita-se que cerca de 2 a 6% das pessoas apresentem esse transtorno.

Beatriz G. Rufato

No transtorno de acumulação compulsiva, as pessoas têm grande dificuldade de descartar ou se desfazer de posses, fazendo com que os objetos se acumulem, desorganizando áreas de convívio e impossibilitando seu uso. Diferentemente de colecionadores, as pessoas acumulam coisas de forma desorganizada e têm dificuldade de se desfazer de coisas de pouco valor. Os médicos diagnosticam o transtorno quando as pessoas acumulam muitas posses, têm grande dificuldade de se desfazer dessas posses e sentem grande angústia ou sofrem redução da capacidade funcional devido à acumulação excessiva.

Os sintomas da acumulação excessiva frequentemente começam durante a adolescência. O transtorno pode ser leve inicialmente, mas pode piorar gradualmente conforme a pessoa envelhece, causando problemas substanciais ao redor dos trinta anos de idade. Acredita-se que cerca de 2 a 6% das pessoas apresentem esse transtorno.

Sintomas - As pessoas sentem uma forte necessidade de guardar objetos e sentem muita angústia quando são forçadas a se desfazer dos objetos ou mesmo de pensar em se desfazer deles. Elas não têm espaço suficiente para acomodar todos os objetos acumulados. Áreas de convívio ficam tão cheias e desorganizadas que não podem ser usadas, exceto para guardar os objetos acumulados. Por exemplo, pilhas de jornais acumulados podem encher a pia e cobrir bancadas, o fogão ou o chão da cozinha, impedindo que a cozinha seja utilizada para cozinhar.

A acumulação excessiva interfere com a capacidade da pessoa de executar atividades em casa e, às vezes, no trabalho ou na escola. Por exemplo, a pessoa pode não deixar que outras pessoas, incluindo membros da família, amigos e técnicos, entrem na casa porque se sentem envergonhados pela acumulação. Eles podem deixar as cortinas fechadas para que ninguém veja o interior da casa. A desordem pode ser um risco para incêndios e à segurança, e a casa pode infestar-se de pragas. Algumas pessoas percebem que o acúmulo excessivo é um problema, mas muitas não.

No acúmulo excessivo de animais, as pessoas acumulam mais animais de estimação do que o lugar permite, sem poder alimentar e prestar atendimento veterinário. Elas deixam que os animais vivam em situações anti-higiênicas. Frequentemente, os animais ficam abarrotados e perdem peso e/ou adoecem. No entanto, muitas pessoas com o transtorno não reconhecem que não estão tomando o devido cuidado dos animais. Os acumuladores excessivos frequentemente são bastante apegados aos seus animais e não querem abandoná-los.

Diagnóstico - Os médicos distinguem a acumulação excessiva da acumulação temporária de objetos e desorganização (por exemplo, quando a propriedade é herdada) porque a acumulação excessiva persiste. Ela difere da coleção de objetos (como livros e figurinhas) porque a acumulação excessiva, diferentemente da coleção, é desorganizada e interfere com a capacidade da pessoa de utilizar os cômodos em desordem.

Tratamento - O tratamento com inibidores de recaptação da serotonina, um tipo de antidepressivo –medicamentos usados para tratar a depressão, pode ajudar. Uma terapia cognitivo-comportamental com foco específico neste transtorno também pode diminuir os sintomas. Uma vez que muitas pessoas não querem parar de acumular, os médicos precisam utilizar técnicas motivacionais para ajudar as pessoas a participarem do tratamento.

 

Beatriz Rufato

Psicóloga

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