Mensagens de WhatsApp têm circulado entre os caminhoneiros de Mato Grosso convocando para uma paralisação nacional a partir do próximo sábado (30).
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O representante do Movimento dos Transportadores de Carga de Mato Grosso, Gilson Baitaca, confirmou a convocação da paralisação, mas ele ainda não identificou a origem das mensagens.
“Existem comentários, mensagens no Whatsapp, mas, para ser sincero, não sei distinguir quem é quem nesse meio. Está bem confuso, não tem entidade fazendo frente a isso”, explicou.
“As reivindicações foram atendidas [na época]; o frete mínimo acabou saindo, mas não está sendo cumprido. O descontentamento é sobre a falta de fiscalização por parte da ANTT”, avaliou.
De acordo com Baitaca, apesar das questões que levaram à greve de 2018 terem sido cumpridas na teoria, na prática as medidas não estariam.
“O piso mínimo não está sendo cumprido e a ANTT, que tem competência para fiscalizar, não está fiscalizando. O pouco que fiscaliza é sem efetividade, porque as empresas não são autuadas”, explicou.
Ainda conforme Baitaca, existe uma divisão entre os caminhoneiros.
“Há quem acha que é importante, há quem acha que não resolve, tem aqueles que não acreditam mais, aqueles que já não têm mais força nem para reclamar. Tem de tudo. Está um clima muito esquisito. O descontentamento é geral", contou o representante.
Greve de 2018
A greve dos caminhoneiros teve início no dia 21 de maio de 2018, quando a disparada na alta do preço do óleo diesel fez a categoria interromper o trânsito em rodovias de, pelo menos, 17 estados brasileiros. No dia seguinte, a manifestação ganhou força e chegou a atingir 24 estados, quando os primeiros reflexos no abastecimento de mercados e postos de gasolina começaram a aparecer.
Alguns municípios registraram que o litro da gasolina estava sendo vendida por até R$ 10 durante a greve.
O Exército Brasileiro também precisou entrar em cena para desbloquear vias e garantir o abastecimento dos diversos setores afetados. Filas quilômétricas começaram a ser formadas em postos de gasolina por motoristas que temiam ficar sem o combustível.
No quinto dia de greve, o ex-presidente Michel Temer acionou as forças federais para garantir a livre circulação nas estradas. Na ocasião, foi a primeira vez em que uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) teve abrangência nacional e não apenas em locais específicos.
Na ocasião, o Supremo Tribunal Federal (STF) também deu aval à remoção de manifestantes que ainda bloqueavam vias ou prostestando nos acostamentos das vias, além de autorizar a aplicação de multas de até R$ 10 mil para aqueles que continuassem nos bloqueios e de R$ 100 mil para entidades que organizassem paralisações nas rodovias.