Policiais do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e policiais civis encontraram na tarde desta segunda-feira (17) mais um corpo de um homem na fazenda Nova Bom Jesus, no distrito de Vila Cardoso, em Porto Esperidião, distante a 358 quilômetros de Cuiabá. Esse é o quarto corpo encontrado no local desde a última sexta-feira (14), quando três funcionários foram assassinados a tiros enquanto trabalhavam.
Ao todo, cinco trabalhadores faziam a reforma da sede da fazenda e dois conseguiram escapar dos tiros e sobreviveram. O delegado do município,Valfrido Franklin Nascimento, disse ao G1 que os policiais retornaram ao local nesta tarde para realizar vistoria, ocasião em que encontraram o corpo, já em estado de decomposição, dentro da fazenda, próximo a uma mata. Porém, o homem ainda não foi identificado.
Segundo a polícia, há possibilidade de que a vítima tenha algum tipo de envolvimento com a chacina ocorrida na sexta-feira. Isso porque informações do Gefron apontam que o corpo foi encontrado na rota de fuga dos suspeitos que invadiram o local e atiraram contra os trabalhadores. Suspeita-se ainda que na ocasião houve troca de tiros entre eles e que um dos bandidos pode ter sido atingido.
Os dois trabalhadores que sobreviveram ao ataque já prestaram depoimento no inquérito aberto para investigar o caso. Mas o delegado Valfrido Franklin preferiu não fornecer detalhes do fato. A situação deixa o clima mais tenso na região por conta da fazenda ficar a 120 quilômetros da fronteira com a Bolívia e ainda ser considerada uma área de conflito de terra com grileiros.
A propriedade é do pecuarista Geraldo Pilate Alba, de 50 anos, que denuncia estar sofrendo diversas ameaças na fazenda, que já foi alvo de um incêndio criminoso em 2011 e de assalto no ano anterior a este. Os trabalhadores mortos na área foram contratados para fazer a reforma da sede atingida pelas chamas.
“É uma lei de sobrevivência. Nos deparamos todos os dias com a criminalidade. Fui tentar retornar para o meu lar e já sofri uma retaliação por isso”, rebateu Alba. Ele e a família tiveram que mudar e moram atualmente em Cuiabá.
A equipe da Perícia Técnica da Polícia está no local como também vários policiais civis e da Força Tática.